Para Travassos, “o comportamento do indivíduo é geralmente responsável pelo primeiro contato com os serviços de saúde, e os profissionais de saúde são responsáveis pelos contatos subseqüentes”.[5] Assim o número de contatos, dentro de intervalos tais, que revertam em impactos positivos para a saúde do indivíduo que busca resolver suas necessidades, vai determinar a eficácia do serviço. A eficiência deste vai depender da abrangência e da boa gestão dos recursos, quer sejam humanos, físicos ou financeiros. A otimização destes em saúde implica não restringir-se a fazer “mais”, como, também, em fazer “melhor”, não apenas por imposições de âmbito científico, mas, também, por exigências do usuário. Conforme Goldbaum, “a literatura relaciona a intensidade e o modo de utilização de serviços com o nível de qualidade de vida, com o nível de conhecimento dos indivíduos sobre a saúde e sobre a rede de serviços. Sua capacidade de auto-avaliar seu estado de saúde, assim como suas expectativas e necessidades de atenção, suas práticas de auto-cuidados, a existência de redes alternativas e o relativo grau de autonomia que possuem também colaboram nesta determinação”.[6] Ainda, no que se refere ao conceito de uso, Travassos define que este “compreende todo contato direto – consultas médicas, hospitalizações – ou indireto – realização de exames preventivos e diagnósticos – com os serviços de saúde. O processo de utilização dos serviços de saúde é resultante da interação do comportamento do indivíduo que procura cuidados e do profissional que o conduz dentro do sistema de saúde”.[7]
Tais questões foram debatidas na II Oficina de Acesso na Atenção Primária à Saúde que, a partir da síntese entre as diretrizes da I Oficina e as experiências locais atentando-se, particularmente, aos “nós críticos”, conforme quadro abaixo, sendo que os destaques em itálico foram temas de grupos de discussão:
INOVAÇÕES
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NÓS CRÍTICOS
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ÁREAS IMATURAS
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Modelos semelhantes de acesso no CS:
- atendimento por área adscrita
- atividades colaborativas entre as ESF
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Limites das mudanças organizacionais em
ESF incompletas / inadequadas e
esgotamento profissional
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Utilização de critérios de avaliação de
risco/vulnerabilidade
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Composição e atuação integrada das
equipes de recepção e de primeiro contato
- deslocamento das decisões da recepção
- atuação dos ACS
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Comunicação eficiente para a comunidade
sobre as mudanças e sobre formas de
acesso às ações e serviços
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Forma de acesso da ESB
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Medidas de desburocratização do acesso
- demandas administrativas e de continuidade
do cuidado (receitas, exames, retornos,
atestados)
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Inclusão na agenda a partir do
acolhimento / Acesso continuado após
primeiro atendimento
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Necessidades e metodologias de
desenvolvimento profissional continuado
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Agenda para demanda espontânea dos
médicos e enfermeiros em todos os turnos
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Maior participação do enfermeiro na clínica
X Demandas administrativas e necessidades
de treinamento
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Gestão do acesso aberto (agendas,
equilíbrio entre tarefas da ESF)
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Escala para escuta qualificada durante todo
o funcionamento com profissional de saúde
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Formação da equipe de recepção em
atenção ao público e compreensão dos fluxos
do CS e da SMS
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Gestão do cuidado continuado e
colaborativo:
- estratégias de gerenciamento de casos
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Ampliação / diversificação das
possibilidades de contato c/ a ESF:
- aumento da freqüência de marcação
- grupos de marcação, de exames, outros
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Impacto das mudanças no acompanhamento
de doentes crônicos e grupos protegidos
(crianças, gestantes e idosos)
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Adaptações no Infosaúde
- senha de administrativo para ACS
- procedimento INTERCONSULTA
- adaptação a mudanças no SIAB
|
Tempos de espera ideais (ESF completa e
pop/ESF adequada)
- 24h para 1º contato / 7 dias para consulta
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Atendimento de pessoas de fora da área
(turistas, trabalhadores, área de influência)
|
Diversificação das formas de agendamento
(email, telefone)
|
Uso de informações do território e da
demanda para programação de ações
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Monitoramento da experiência:
- visibilidade e apoio técnico e político
| |
Rigidez dos profissionais e resistência às
mudanças no processo de trabalho
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VIEIRA da Silva, Lígia M. Acessibilidade aos Serviços de Saúde em um município da Bahia.pdf
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