Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e automedicação.

Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. (Declaração de Alma-Ata)

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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde



Rede entrevista Marcela Dohms e Marly Wuerges de Aquino

Profissionais de saúde que atuam na equipe e gerência da US do Saco Grande, em Florianópolis.
As inovações gerenciais, a qualificação do cuidado e a melhoria da relação entre profissional de saúde e usuário merecem destaque na Rede APS.
  
Marcela Dohms é médica de Família e Comunidade e mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua, também, como tutora de estágio prático dos alunos de medicina na disciplina de Interação Comunitária na UFSC e preceptora de Residência em MFC. É presidente da ACMFC (Associação Catarinense de Medicina de Família e Comunidade). Concursada, é médica da equipe do Saco Grande.
Marly Denise Wuerges de Aquino é enfermeira especialista em saúde de família e comunidade e mestre em enfermagem pela UFSC. É preceptora dos alunos de enfermagem e residência multiprofissional em saúde da família pela UFSC.Concursada, é coordenadora do CS do Saco Grande, em Florianópolis.

1)      Quais foram as inovações gerenciais implantadas na unidade de Saco Grande, em Florianópolis?

Ao longo do tempo a organização no CS Saco Grande vem se afirmando no trabalho em equipe e na lógica da gestão compartilhada. Em todos os momentos, sempre que necessário, as decisões importantes são compartilhadas. Os momentos formais de decisão acontecem nas reuniões mensais de planejamento e nas reuniões quinzenais do Colegiado Gestor. Participam deste último, um representante de cada equipe das ESF, um representante do setor administrativo e a coordenadora que é responsável pela condução da reunião. A pauta é sempre organizada a partir das demandas dos equipes trazidas pelos seus representantes. As decisões são tomadas sempre por consenso e predomina o movimento de ida e volta dos assuntos até o esgotamento das questões.


2)      E as principais  dificuldades?

As dificuldades estão relacionadas à diversidade e complexidade próprio das instituições maiores: seis equipes de saúde da família operando numa mesma unidade. No entanto, como existe um alto grau de comprometimento e responsabilização da grande maioria dos trabalhadores, os diversos saberes e maneiras de pensar, acabam se constituindo em ferramentas poderosas para o desenvolvimento da criatividade que permite a superação das  dificuldades e busca de soluções o tempo todo.  No entanto, algumas vezes acontecem momentos de conflito e stress que acabam sendo superados.



3)       Como é a relação médico e paciente?

Os médicos buscam uma relação centrada no paciente, e não na doença. Buscam desenvolver uma comunicação mais efetiva com os pacientes e familiares, com relações mais simétricas, e procurando realizar uma decisão compartilhada do plano terapêutico. Para isso, quase todos os médicos participam de atividades de formação em habilidades de comunicação, como cursos, congressos e técnicas específicas de aperfeiçoamento como filmagem das próprias consultas e discussão em grupo, chamada PBI (Problem Based Interview), muito usada em países europeus. Além disso, alguns médicos e os residentes participam de Grupo Balint, que são discussões de casos focados na relação médico-paciente.


4)      E como população tem respondido as mudanças?

A facilitação do acesso é tema contínuo de discussão. Neste sentido inovações e melhorias vem sendo constantemente colocadas à disposição das pessoas, como o agendamento de consultas de forma presencial, por telefone e e-mail diariamente. Todas as pessoas tem acesso ao agendamento diário. Não temos demanda reprimida interna. O acesso para as necessidades pontuais ( urgência e emergência) também é garantida diariamente e preferencialmente no início dos turnos. No entanto, após estes horários, todas as pessoas que chegam são ouvidas e suas necessidades são resolvidas de alguma forma (atendimento pontual, agendamento de consulta, encaminhamento para grupos diversos, entre outros). O número de ouvidorias relacionadas ao acesso é praticamente inexistente.


5)      Com melhorias na comunicação interna como é o trabalho de uma equipe em Florianópolis?

O uso do google talk e e-mails entre todos os trabalhadores durante todos os períodos de funcionamento da unidade tem facilitado a comunicação entre todos. Além disso, colabora para o processo contínuo de melhoria da comunicação, o modelo de gestão centrado na lógica da co-responsabilização e comprometimento.

  
6)      As unidades recebem estudantes universitários de diferentes áreas da graduação e da residência. Poderias falar mais a respeito?

O Centro de Saúde recebe alunos de graduação de vários cursos, como Medicina, Enfermagem, Odontologia, Farmácia, Serviço Social, Fonoaudiologia e Psicologia. Há residentes de Medicina de Família e Comunidade da UFSC em tempo integral. Cada médico residente se inserem em uma das equipes, com seu preceptor. Durante o matriciamento com o psiquiatra de referência, há residentes de psiquiatria que o acompanham também.


7)      Sabemos que há estudos e pesquisas sobre melhoria da relação profissional de saúde e usuários? Como a equipe trabalha os resultados?

A equipe busca observar onde é possível melhorar e procurar estratégias para qualificar-se constantemente.


8)      A rede municipal em Florianópolis é considerada como um caso positivo de implementação do SUS e da estratégia de saúde da família. A classe média está presente nos postos?  Sabe-se que a presença desse segmento é importante para a legitimidade de Sistemas Nacionais, tal como ocorreu na Espanha e Portugal, por exemplo.  Falem um pouco mais sobre isso.

A equipe tem a percepção de que cada vez mais a classe média tem aderido à Estratégia Saúde da Família e que sua participação é realmente muito importante para qualificar a sua efetivação. Muitos ao conhecerem o funcionamento do centro de saúde acabam usando o seu plano privado apenas para exames que têm demora no agendamento, que é um ponto que ainda precisa ser melhorado no SUS.

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