Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e automedicação.

Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. (Declaração de Alma-Ata)

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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ACESSO: ATRIBUTO ESSENCIAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Dona Lourdes
O Centro de Saúde (C.S.) Ingleses existe desde o início da década de 1980, anos antes da criação do SUS. Nesses 30 anos, houve muitas transformações, na cidade, no bairro, no SUS municipal e, claro, no C.S., em sua estrutura física, seus profissionais e a forma como recebe as pessoas que procuram atendimento. A exceção a tantas mudanças é a Dona Lourdes (Lô-urdes, como ela faz questão de destacar), que desde 1985 distribui para todos sua inesgotável paciência e sabedoria.
No início era um postinho de vacinação, onde hoje fica o C.S. Santinho, que algumas vezes por semana recebia um médico que atendia em poucas horas pessoas que aguardavam desde cedo. Somente no fim da década de 1990, já com o PSF, o C.S. receberia médicos e enfermeiros por 40h semanais para trabalhar não apenas com atendimentos pontuais mas para acompanhar as pessoas ao longo de suas vidas. Desde então, persegue-se um modelo ideal que dê conta dos preceitos básicos da Atenção Primária (APS): que cada equipe de saúde da família ofereça acesso facilitado e atenção continuada às pessoas de sua área de abrangência ou de sua lista.
Um dos grandes desafios na busca desse modelo sempre foi acompanhar o crescimento da população do bairro, que de 1996 a 2010 passou de 10 para quase 30 mil pessoas. Nesse mesmo período, o número de equipes aumentou de duas para sete, divididas agora em 2 C.S, Ingleses e Santinho. Apesar da proporção entre população e equipe não ser a ideal, sempre se imaginou que o acesso e o seguimento das pessoas poderia ser aperfeiçoado. Por isso, desde 2004, pelo menos 4 formas diferentes de atendimento foram implantadas, com mudanças na marcação de consultas, na atenção à demanda espontânea, no papel do enfermeiro no atendimento clínico, entre outras modificações (veja tabela na página 03).
Em agosto de 2010, uma das 5 equipes iniciou um novo sistema de atendimento, que depois seria utilizado também pelas demais. Como funciona hoje? Todos os dias, das 8h às 10h e das 13h às 15h, os médicos de família e comunidade (MFC) e os enfermeiros atendem todas (ou quase todas) as pessoas da sua área que buscam avaliação. A maioria das situações é resolvida no dia, sem necessitar  de retorno ao CS ou agendamento de consulta. Os agendamentos, quando feitos, são realizados apenas pelo enfermeiro ou pelo MFC para aqueles casos em que se julga necessário um retorno breve para uma avaliação mais aprofundada ou para crianças e gestantes que preferem sair com retorno marcado.
O que temos observado com a desburocratização do acesso é maior satisfação das pessoas, que de modo mais rápido e objetivo chegam às suas equipes. Há uma otimização do tempo dos profissionais, que podem ser breves em casos pontuais (a maioria) e usar suas agendas programadas (10h-12h e 15h-17h) para situações que demandem maior investimento. Outro ponto forte desse modelo é a participação do enfermeiro no atendimento clínico geral. Nessas 4h diárias de atendimento, ele e o MFC dividem igualmente a demanda e tentam resolver de acordo com suas habilidades específicas e com as interconsultas as situações com que se deparam. Outra vantagem é que, com menos de 15% das consultas agendadas e, ainda assim, para a mesma semana ou no máximo 2 semanas, o número de faltas caiu bastante. Em uma das áreas, as faltas caíram de 15% para 3% nos últimos 6 meses.



“A atenção primária é aquele nível de um sistema de serviço de saúde que oferece a entrada no sistema1 para todas as novas necessidades e problemas, fornece atenção sobre a pessoa (não direcionada para a enfermidade) no decorrer do tempo2, fornece atenção para todas as condições3, exceto as muito incomuns ou raras, e coordena ou integra a atenção4 fornecida em algum outro lugar ou por terceiros. Assim, é definida como um conjunto de funções que, combinadas, são exclusivas da atenção primária.”

Starfield, B. Atenção primária: Equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia.
Download em: atencaoprimariafloripa.blogspot.com

Funções ou atributos da atenção primária:
1ACESSO / PRIMEIRO CONTATO
2LONGITUDINALIDADE
3INTEGRALIDADE
4COORDENAÇÃO DO CUIDADO

Estudos internacionais comparativos demonstraram que sistemas de saúde orientados por estes atributos da Atenção Primária alcançam melhores resultados em termos de eficiência, efetividade e impacto na saúde da população, além de melhorar a equidade na distribuição de saúde. No Brasil, a Estratégia de Saúde da Família é o modelo de organização da atenção primária (também chamada de atenção básica). Veja as portarias que definem nosso modelo de atenção no blog atencaoprimariafloripa.blogspot.com



Há outra novidade, bastante interessante, que vem sendo usada por uma das equipes, a 431. Desde julho de 2010, vem sendo divulgado para a população um email da área para comunicação com o MFC e com a enfermeira. Inicialmente pensado para agendamento de consultas, o email logo passou a ser usado também para que as pessoas tirem dúvidas sobre saúde, solicitem visitas, renovação de receitas e orientações sobre a organização do C.S. Nesse período, já foram marcadas mais de 100 consultas por email e tem havido uma troca mensal de aproximadamente 40 emails. A equipe também tem cadastrado em seus contatos os emails das pessoas da área para avisos sobre o funcionamento do C.S. Já são mais de 120 emails registrados, o que representa potencialmente o contato virtual com umas 500 pessoas.
Em breve, pretendemos avaliar melhor, com mais dados e com uma pesquisa de satisfação dos usuários, essas mudanças promovidas no C.S. Ingleses. Os resultados percebidos até o momento são muito animadores. Gostaríamos de convidar os profissionais de saúde de Florianópolis que queiram conhecer esse sistema a visitar o CS Ingleses. D. Lourdes dará as boas vindas com a simpatia de sempre.

Paulo Poli Neto - Médico de Família e Comunidade
CS Ingleses



EVOLUÇÃO DO ACOLHIMENTO NO CS INGLESES


População por ESF e adscrição

Período de Marcação

Espera por consulta agendada


Exceções

Demanda espontânea

Papel do enf. na clínica

Dez 2004 – Out 2007


5 equipes para aprox. 20 mil pessoas, até 6-7mil por área. Sem adscrição de clientela.


Semanal, toda sexta.
Vagas de acordo com a oferta livre dos médicos.

1 semana para os da marcação. Um mês ou mais para os grupos de exceção

Gestantes, crianças, hipertensos, diabéticos, idosos, deficientes.

Aprox 10 vagas semanais por médico sem adscrição de clientela

Pequeno; crianças ou gestantes de acordo com o interesse.

Out 2007 – Dez 2010


5 equipes para aprox. 28 mil pessoas, até 6-7mil por área. Consultas agendadas por área.


Todos os dias após escuta com equipe de acolhimento (com méd., enf. e téc de enf.)

De 1 a 2 meses

Gestantes e crianças – marcação diária de acordo com as vagas disponíveis

Aprox 60 vagas semanais por médico e enf sem adscrição de clientela

Demanda espontânea e consultas agendadas de crianças, gestantes e preventivo

Jan 2010 – Jan 2011


5 equipes para aprox. 20 mil pessoas, 3500 - 4000 por área.


1 semana de cada mês, 50 senhas por período

De 1 a 5 semanas

Gestantes e crianças

21 vagas semanais por médico sem adscrição de clientela

Consultas agendadas de crianças, gestantes e preventivos


Fev 2011


5 equipes para aprox. 20 mil pessoas, 3500 - 4000 por área.


Todos os dias após escuta com sua equipe. Maioria resolve no dia.

De 1 dia a 2 semanas

Nenhuma.

Por área, todos os dias, sem limite pré-definido de consultas.

Demanda espontânea preventivo, gestantes, crianças.





“Acolhimento não se restringe ao acolher, humanizar, atender bem. Eu tenho que me sentir, numa unidade de saúde, responsável; se houve um caso de sarampo, ou outro problema evitável, preciso saber por que escapou de minha atuação precoce ou supervisão. Acolhimento também tem que ser visto como responsabilidade sanitária.”

João Cândido Silva
Secretário de Saúde
 .

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